2010-06-07 Van e Ilha de Akdamar
Valente susto logo pela manhã: não encontro a carteira. Depois de alguns minutos de pânico, lá aparece escondida na mochila. Apanho o primeiro minibus para Van, uma cidade nas margens do lago do mesmo nome a uns 130km de distância. Parto ás 9h00, chego às 11h45. O que me trás aqui é precisamente o lago, ou melhor, a ilha de Akdamar que fica a poucos quilómetros da cidade.
Na mesma estação onde saio tomo um chá e como um kebab enquanto espero por outro minibus que está para sair. Mais uma paragem, mais um minibus e acabo por chegar ao pequeno ancoradouro de onde partem os barcos para a ilha. O barco leva 15 pessoas por 5YTL cada. Como não estão suficientes, pagamos 8YTL cada um para seguir viagem.
O lago é de um azul tropical encantador, que com os cumes das montanhas ao fundo cobertos de neve cria um cenário digno de qualquer postal.
Na ilha existe uma igreja arménia, ou não estivesse numa zona que já fez parte deste país, a primeira que vejo deste estilo e pelo qual me apaixono de imediato. Foi restaurada recentemente e a sua beleza concentra-se nas paredes exteriores. Estas são decoradas com baixos relevos de várias cenas bíblicas, sendo facilmente identificáveis episódios como David e Golias.
Fico uma hora na ilha e volto para o barco. Não é preciso mais. Na viagem de regresso vou acompanhado por pessoas que falam inglês, e um grupo de sacerdotes.
Para regressar a Van preciso que pare um minibus ou que alguém me dê boleia. Está muito calor e o meu escaldão no pescoço do dia anterior agrava-se. Um casal de namorados tenta a mesma sorte que eu, mas não parecem querer colaborar. De repente a minha sorte muda: um dos padres que vieram comigo no barco e ficaram a almoçar no restaurante ali ao lado vem ter comigo e convida-me para me juntar a eles. Acabam a pagar-me o almoço e a dar-me boleia para Van.
Procuro um quarto barato e acabo no hotel Aslan, num quarto nas águas furtadas por 20YTL. Não encaro com o recepcionista, especialista quando ele me diz que a minha casa de banho é no 1º piso, estando eu no 5º. Desatino completamente quando desejoso de um banho desço à minha casa de banho e descubro que o chuveiro não funciona. Entretanto parece que já há uma casa de banho no 4º piso.
A juntar a esta maré de sorte acabo a beber água do jarro no restaurante, já que a bebida que parecia um sumo de fruta era afinal salgada que até dava vómitos. Antes de dormir vou a dois cibercafés, cada um com net mais lenta que o outro. Parece que a minha sorte de hoje se esgotou nas margens do lago.
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