Entrudo em Lazarim – Carnaval com os Caretos
Depois de em 2015 ter passado o Carnaval com os Caretos de Podence, em Trás-os-Montes, em 2016 foi a vez de ir até à aldeia de Lazarim conhecer um entrudo igualmente tradicional.
Lazarim seria apenas mais uma aldeia incógnita do concelho de Lamego, não fosse a secular tradição que aí se mantém viva. No Entrudo, a população sai às ruas com a cara escondida atrás de belas máscaras artesanais de madeira. Fatos de palha, peles de animais ou tecidos cobrem o resto dos seus corpos.
Foi neste ano em que me desloquei a Lazarim inaugurado o Centro Interpretativo da Máscara Ibérica, um espaço que pretende ser uma referência para todos os que se interessam por estas tradições que se encontram um pouco por todo o norte de Portugal e Espanha.
No seu interior podem-se observar belos exemplares de máscaras vindas um pouco de toda a Península Ibérica.
Por estes dias são muitos os que visitam a aldeia. Ainda assim, a festa mantém a sua autenticidade. Pelas ruas há desfiles dos caretos da terra e de outros convidados, bombos, artesanato e comida.
O grande problema com que me deparei no ano em que visitei Lazarim, foi a incansável chuva que caiu durante toda a tarde de Terça-feira.
Seguem-se algumas fotografias das máscaras de madeira que por lá pude encontrar.
O ponto alto deste Entrudo é a leitura do testamento dos compadres e das comadres na tarde de Terça-Feira. Devido ao temporal, esta acabou por ser efectuada na varanda do CIMI.
Ao longo de perto de uma hora, dois jovens da terra, o compadre a e comadre, lêem o longo testamento onde a sátira faz verso sem qualquer pudor na escolha das palavras. No final os bonecos da comadre e do compadre são solenemente queimados, dando-se por encerrados os festejos.
Encerrados não, porque falta ainda comer a tradicional feijoada e o caldo de farinha. Depois de uma tarde à chuva, gelados até aos ossos, nada melhor que uma deliciosa feijoada cozinhada em grandes panelas de ferro no meio das ruas.
Feijoada e vinho para aquecer a alma pelo preço de uma taça e caneca de barro. Ficou por provar o caldo de farinha, mas o frio já era tanto que decidimos não procurar o local onde este é servido, mas sim ir para o hotel.
Pode encontrar mais informações sobre o Entrudo de Lazarim, incluindo o programa de cada ano, na página oficial: Entrudo de Lazarim
Onde dormir em Lazarim
Finda a folia, nada melhor que ter uma boa cama para repousar. Próximo da aldeia há vários alojamentos locais onde pode ficar, mas convém reservar com antecedência. Se não, Lamego não fica assim tão longe e aí certamente que vai ter hotel.
Nós optámos por ficar na Quinta do Terreiro, que fica a uns 3 quilómetros de Lazarim. Trata-se de uma casa do século XVIII, muito bem cuidada e com uma excelente relação qualidade preço.
Na memória ficará para sempre o aquecimento no chão, que foi capaz de descongelar os nossos pés depois de uma tarde à chuva.
Onde fica Lazarim
Como eu vinha de Sul, pela A24, optei por sair em Bigorne e daí descer até Lazarim. Vindo de Norte, por Lamego, basta seguir a nacional 226 que vai para Tarouca e ao fim duns 5 quilómetros cortar à direita.
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Um comentário
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Olá, Samuel, Eu conheço este lugar. Minha sogra nasceu em Lazarim, 15 anos depois, ela viajou de navio para o Rio de Janeiro, onde finalmente conheceu seu pai. Ele havia partido para buscar trabalho na época da Segunda Guerra Mundial e, por esta razão, a família viveu separada por muitos anos.Eu me casei com o filho dela e, na nossa lua de mel, fomos à Lazarim. Muitas histórias pra contar, muitas bolas de lamego, presuntos, vinhos,uvas, queijos… tudo muito gostoso e povo hospitaleiro. O Carnaval tem o charme dos cortejos e da vida em comunidade na Vila. Adorei o artigo! Obrigada!