25 Junho 2015

Museu nacional da Etiópia em Addis Abeba

Será pouco comum numa visita a um país europeu não passar uns dias na sua capital já que é aí que se normalmente se concentram os principais pontos de interesse, ou pelo menos um pouco da oferta cultural que o país tem para dar.

Já em África a situação inverte-se. Analisando assim por alto, dos 13 países africanos em que já pus os pés, só estive em 6 capitais. Nem metade. Isto acontece porque as capitais africanas têm por norma captar o que de pior há no país e não passam de enormes aglomerados onde as pessoas lutam pela vida, literalmente, muitas das vezes.

Etiópia não foi excepção. Aterrei em Addis Abeba de madrugada, mas nem do aeroporto saí: segui logo num voo doméstico para Gondar.

No final da viagem, regressei à capital, agora com mais tempo. Aterrei vindo de Lalibela pelo meio dia e só tinha voo à noite.

Neste caso, deixar a capital para segundo plano foi mesmo por falta de tempo já que esta é uma cidade bastante limpa, segura e com locais bem interessantes para visitar. Como tinha algumas horas decidi que o objectivo seria visitar o museu nacional da Etiópia, por uma simples razão: é aí que se encontra o esqueleto do nosso mais antigo antepassado, a Lucy.

 

Bole Road, uma das principais ruas de Addis Abeba

Como a minha mochila quando viajo não é assim tão grande, decidi percorrer os cerca de nove quilómetros do aeroporto até ao museu. Uma espécie de trekking urbano.

A Bole Road é uma das principais avenidas de Addis Abeba e une o aeroporto à praça Meskel. Larga, limpa e com belos jardins, ladeada por grandes prédios, acaba por ser uma caminhada agradável, apesar dor transito por vezes intenso.

Depois da cinzenta praça Meskel onde decorrem as obras de construção de um metro de superfície, por uma construtora chinesa segue-se uma subida desde o enorme edíficio da ONU até ao ao parlamento, passando por vários ministérios. Ameaça chover e, chegam mesmo a cair uns pingos quando chego ao museu.

Sou revistado à chegada ao museu por uns divertidos militares. Quando começo a abrir a minha mochila com a roupa suja toda desorganizada, o guarda pergunta-me se tenho alguma bomba e, manda-me seguir.

Jardins do museu nacional da Etiópia em Addis Abeba

A visita ao museu começa pelo piso da paleontologia. Depois dos fosseis de várias espécies que habitaram a região somos conduzidos através da história da evolução dos primatas até à Lucy.

E por fim, lá está ela. Não a verdadeira porem, já que as verdadeiras ossadas estão bem guardadas no arquivo do museu, mas sim uma réplica. Lucy foi encontrada em 1974 e, com 3,2 milhões de anos foi durante muitos anos o mais antigo hominídeo conhecido.

Eu com a Lucy no museu de Addis Abeba

Eu com a Lucy no museu de Addis Abeba

O museu segue nos pisos seguintes com vários artefactos arqueológicos provenientes sobretudo de Axum e Gondar, mas também outras regiões da Etiópia. O primeiro piso é dedicado à arte etíope, principalmente à pintura e, no último, são expostos objectos do quotidiano, joalharia, armas, roupas e instrumentos musicais.

Interior do museu nacional de Addis Abeba

Interior do museu nacional de Addis Abeba

No exterior continua a exposição, com várias esculturas e peças de artilharia, como é o caso deste canhão usado na batalha de Adawa contra o exército italiano.

Canhão usado na batalha de Adawa contra o exército italiano

Canhão usado na batalha de Adawa contra o exército italiano

Localização do Museu