Viajar de autocarro de Harare (Zimbabwe) para Tete (Moçambique)
Cheguei a Harare num dia de manhã e precisava de obter o visto para Moçambique, pelo que fui logo para a embaixada e consegui, conforme descrevo mais detalhadamente nesta página: Como fazer visto para Moçambique em Harare.
Uma vez com o visto queria chegar o quanto antes a Tete, de preferência sair naquele dia mesmo, mas não sabia como eram os transportes, já que a viagem era de algumas centenas de quilómetros.
Voltei de imediato para a “Road Port Terminal”, o terminal de autocarros/onibus internacional da cidade, onde havia chegado de Johannesburg.
Foi um bocado complicado encontrar uma companhia que fizesse essa rota. Quando falei em Moçambique indiquei uns autocarros que saíam na rua da parte de fora, mas para Mutare, na estrada que vai para a Beira. Eu queria ir mais para norte e por fim la descobri a “PBS – Premier Bus Services”, uma companhia do Malawi que faz a rota de Harare para Blatyre passando por Tete.
Infelizmente só tinham partidas de manhã, às 7h30, por 25 USD, o que me obrigou a passar a noite em Harare.
Uma nota importante: antes de embarcar num autocarro que saia da “Road Port Terminal” é necessário pagar uma taxa de 1USD para apresentar o recibo a um guarda que entra no autocarro à saída.
A tripulação do autocarro foi super atenciosa, com uma oferta de um sumo e uma oração matinal antes da partida. A paisagem ao longo do caminho é maravilhosa, um pouco diferente da a sul de Harare, com as montanhas a começarem a aparecer no horizonte.
Quando comprei o bilhete disseram-me que chegaria pelo meio dia, mas a verdade é que ao meio dia ainda estava na fronteira. A passagem da fronteira foi tranquila, mas é mesmo obrigatório ter visto.
O autocarro não tem propriamente local de paragem fixo em Tete, pelo que deve pedir para parar onde for mais conveniente.
E viajar de Tete para Harare?
Duas semanas depois fiz a viagem em sentido oposto. Nem tentei apanhar este tipo de autocarros pois ninguém me soube informar como fazer já que eles não têm paragem fixa pelo que me pareceu.
Assim, apanhei com a minha irmã o chapa para Cuchamano, a fronteira com o Zimbabwe às 7h40, que foi directo, chegando às 10h30. O preço foi de 120Mt cada.
Depois das formalidades das fronteiras fomos de imediato assediados por dois transportes que estavam para sair: uma carrinha tipo “chapa”, e um pequeno autocarro que levava umas 20 pessoas, mas cada um no seu lugar. Optámos por este.
Saímos às 12h00 e chegámos ás 16h45. O preço foi de 8USD. Pela primeira vez em muitos dias de viagem até tivemos direito a um bilhete de autocarro! O serviço foi excelente e deixou-nos na rua Samora Machael, bem no centro da capital Zimbabweana.
- Categorias:
- Moçambique
- Zimbabwe
3 Comentários
Os comentários estão encerrados.
Catarina Oliveira, o autocarro é tranquilo, sem grandes diferenças para outros locais do mundo. Ja de chapa sim, há viagens que é preciso alguma dose de loucura. A mais dura que fiz foi de Gurué para a fronteira com o Malawi: 10 horas por picadas numa carrinha de caixa aberta carregada de tudo e mais alguma coisa 🙂
Mas como assim um branco veio para estas paragens fazer a viagem de autocarro e andar de chapa??? Achei hilariante. Moro em Tete e não me imagino a fazer isso nem que me pagassem…haja coragem!