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Tóquio – uma rápida visita à capital do Japão

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Tóquio – uma rápida visita à capital do Japão

Tóquio não nos dá descanso. Quando damos por nós estamos a ser arrastados pela corrente de pessoas. Mesmo quando as pernas parecem não aguentar mais.

Quatorze horas depois de descolar de Madrid o avião desce abaixo das nuvens que cobrem o céu do Japão. Lá está ela: a terra do Sol Nascente.

voo iberia madrid toquio
Sobre Moscovo, ainda a 9 horas de Tóquio – Voo Ibéria

Aterro em Narita, o aeroporto que fica a uns 60 quilómetros do centro da cidade de Tóquio. O aeroporto é o mais calmo por onde já passei. Recebo o selo do visto e, o rapaz da alfândega dá uma educada revista à pequena bagagem com que viajo.

Numa casa de câmbio troco 100 Euros para as primeiras despesas. Ao contrário doutros aeroportos do mundo neste, consigo um câmbio com uma taxa mais vantajosa que noutras casas de câmbio nos dias seguintes.

Do aeroporto para a cidade

Sigo as placas e desço até ao terminal de comboios. À esquerda está o balcão para levantar o JR Pass que eu optei por não comprar. À direita o balcão da Kaiser e da Japan Railways, as duas companhias a operar comboios entre o aeroporto e a cidade.

No balcão da J.R. compro um cartão recarregável SUICA por 500Yen. Este cartão é válido em quase todos os transportes do país o que o torna muito prático.

Comboio da linha Sobu - Tóquio
Comboio da linha Sobu do aeroporto de Narita para a cidade de Tóquio

Em vez do NEX, o comboio mais rápido para a cidade, opto por apanhar o comboio local da linha Sobu. Nos 90 minutos que demora a viagem vou-me começando a ambientar ao país. Pela janela desfilam os campos de arroz, o green de golf, a paisagem rural. A cada estação entram homens de fato e gravata e raparigas de mini-saia. Ponto em comum, os smartphones dos quais não tiram os olhos.

estacao comboio toquio
Estação central de comboio de Tóquio, Japão

Chego ao final da manhã à estação central de Tóquio. A fachada de tijolo vermelho mantém a traça de 1914. Sob ela encontram-se hoje dezenas de linhas espalhadas por 4 pisos subterrâneos por onde circulam diariamente 3000 comboios. A poucas centenas de metros começam os jardins do palácio imperial.

Palácio Imperial

Um fosso cheio de água separa os forasteiros da casa imperial. Os portões estão fechados e um painel avisa que por estes dias as visitas não são possíveis. O Japão continua um império e, as visitas ao palácio estão dependentes da agenda do seu inquilino.

No jardim há um espaço para os fumadores. Não se pode fumar em qualquer lado. Este é apenas um exemplo da extrema organização que se vive nesta cidade. E é tudo isto que a torna especial e diferente de outras colossais metrópoles como por exemplo Bombaim na Índia, onde sem um padrão de vida organizado se vive o caos das multidões.

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Palácio imperial de Tóquio, #Japão

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Torre de Tóquio

A minha experiência no metro de Tóquio entre o palácio e a Torre de Tóquio está longe das imagens pré-concebidas desta cidade. O mapa da rede de metro é enorme, mas intuitivo. Em todas as estações há folhetos com os mapas da rede (em inglês e japonês) e, das ruas da zona da estação.

Fora das horas de ponta e das estações principais não há sobrelotação. Pelo contrário. A toda a hora reina uma organização imensa. Os passageiros alinham-se na direcção das portas e ordeiramente deixam sair os outros antes de entrarem.

A Torre de Tóquio, inspirada na Torre Eiffel de Paris, apresenta-se-me bem maior do que eu imaginava. Ponderava pagar os 900Yen que custa a subida mas o facto do último piso estar fechado para obras, demove-me.

Torre de Tóquio e o templo Zōjō-ji
A torre de Tóquio vista do templo Zōjō-ji

Dirijo-me por isso ao templo Zōjō-ji, o meu primeiro templo budista desta viagem ao Japão. Chamam-me a atenção as imensas estátuas Jizo que estão em seu redor, mas não me detenho por aqui muito tempo. Amanhã irei até Koyasan, o monte sagrado, e aí sim irei ter a minha dose de templos.

Com a noite já a cair volto a entrar no metro com destino a um dos mais emblemáticos pontos da cidade o cruzamento de Shibuya.

Shibuya

Na verdade, Shibuya não é um bairro mas sim uma das muitas cidades que compõem a enorme metrópole de Tóquio.

O famoso cruzamento à saída da estação está ao rubro. Qual onde gigante da Nazaré! A cada vez que abre o sinal verde para os peões são milhares os que cruzam a estrada, arrastando mesmo quem está só para observar.

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Loucura ao fim da tarde no cruzamento de Shibuya, #Tóquio #Japão

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Os enormes painéis publicitários que cobrem os edifícios em redor e o som emitido por estes, ajudam a manter o ritmo apressado dos jovens japoneses que por aqui circulam.

Pelas ruas em redor dominam as lojas de moda, tecnologia e alimentação. Aproveito para jantar aqui. Depois de escolher e pagar numa máquina à entrada, sento-me ao balcão de um restaurante que desconfio que em Portugal seria encerrado pelas autoridades.

Já de si apertado, o corredor serve ainda de armazém para caixas de noodles. Dos fogões e bancadas pinga o polme das tempuras enquanto eu ainda com pouca destreza, pego nos pauzinhos com que devoro a minha taça de ramen.

Embora a noite ainda fosse uma criança, deixo a confusão comercial de Shibuya para voltar à estação central de Tóquio e daí ir até ao hotel cápsula descansar. No manhã seguinte estaria às 6 da manhã de volta à estação para apanhar o primeiro Shinkansen para Osaka.

Regresso a Tóquio

Depois de cinco dias por Quioto, Nara e o monte Koya, regresso a Tóquio para um último dia na capital do Japão. Como optei por não adquirir o JR Pass para os comboio, regressei a Tóquio de autocarro nocturno, também para experimentar uma forma diferente de viajar no Japão.

A verdade é que os autocarros se revelaram mais desconfortáveis do que esperava. Chego cansado e com dor de costas. Relembro os longos dias de viagem na Turquia em que o autocarro era o meio de transporte de eleição.

Chego sem grandes expectativas para este último dia em Tóquio. Não creio que esta cidade me possa oferecer mais do que os locais fascinantes que visitei nos últimos dias. Além disso, no primeiro dia já me tinha focado nos pontos que para mim eram fundamentais.

Claro está que com apenas dois dias para Tóquio também nunca criei qualquer expectativa em conhecer a cidade.

Omotesando e Harajuku

Volto a Shibuya de metro para daí caminhar pelas ruas em redor. A rua Takeshita é uma das mais conhecidas de Harajuku e fica a pouco mais de um quilómetro da estação de Shibuya.

Neste bairro concentram-se os teenagers japoneses como em poucos outros locais. Em Takeshita desfilam raparigas em uniforme escolar por entre as montras de roupas chiques de princesas, fatos de super heróis para cosplay e trajes góticos.

Encontro alguns heróis meus conhecidos, como o Son Goku, muitas recordações para turistas, muitos doces. Estava à espera de mais.

Se Harajuko é um local de excelência para os jovens, ali não muito longe fica a rua Omotesando, uma espécie de “Campos Elísios” da capital japonesa.

Por esta avenida larga e com árvores de grande porte, circulam carros de grande cilindrada, marcas europeias, corres berrantes, sons estridentes.

Há lojas temáticas dedicadas à Manga e aos Cartoon, grandes shoopings, muita gente. De entre as montras que exibem as melhores marcas da moda mundial, sobressai a maior loja da Louis Vuitton do mundo!

Meiji Jingu

Meiji foi imperador do Japão nos primeiros anos do século XX, sendo responsável por importantes reformas politicas e sociais que estão na base do país que conhecemos hoje.

Elevado a divindade xintoísta, o templo onde repousam os corpos dele e da Imperatriz Shōken é conhecido por Meiji Jingu e fica bem no centro de Tóquio.

Entro no enorme parque que o rodeia, pela porta junto a Harajuku. As mais de 100 mil árvores doadas de todo o Japão criam um poderoso pulmão no centro da cidade. São muitos os que aproveitam para passear e respirar ar puro. Não que em Tóquio se sinta muita poluição no ar.

Tal como noutros templos, também aqui muitos deixam a sua esmola, fazem as suas preces e prestam homenagem ao imperador.

Saio na outra extremidade do parque, já próximo de Shinjuku.

Shinjuku

Os arranha-céus dominam o horizonte da cidade ao cair da noite. Os néons dos anúncios começam a iluminar-se. As fachadas dos edifícios cobrem-se de ecrãs gigantes com publicidade. A musica frenética que os acompanha, marca o ritmo da multidão que entra e sai da gigantesca estação de comboios.

As lojas de tecnologia estão por todo o lado. Assim como as de peluches dos personagens de manga, de fast-food e moda. Aproveito para comprar algumas recordações. Por estranho que pareça, mesmo as populares marcas japonesas são mais caras por aqui do que se encontra nas lojas portuguesas.

Kabukicho

O epicentro de todas estas luzes está no bairro de Kabukicho. As suas ruas iluminadas tornaram-se uma das imagens mais conhecidas da cidade de Tóquio e de toda a evolução que ela representa.

Por de trás das luzes encontram-se milhares de bares, casas de massagens, clubes nocturnos e “hotéis do amor”. Muitos dos estabelecimentos controlados por membros da Yakusa, a máfia japonesa conhecida pelas suas tatuagens de corpo inteiro.

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Luzes noturnas em Kabukicho #Tóquio #Japão

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Quando se caminha por entre os arranha-céus de uma cidade como Tóquio é inevitável relembrar as imagens dos grandes terramotos que os sacodem como torres de Legos. A quem não se deixa intimidar por essa eventualidades, são várias a opções disponíveis na cidade para ver a cidade de cima. Uma delas é a o Edifício do Governo Metropolitano de Tóquio.

Sede do governo da grande Tóquio, este corpulento edifício com duas torres de 243 metros destaca-se no horizonte de Shinjuku. O melhor é que o acesso aos observatórios a 202 metros de altura localizados em cada torre é gratuito. O da torre Norte fecha às 23 horas, o que permite uma vista nocturna sobre as luzes de Tóquio.

Detenho-me um pouco por lá. Visto de cima tudo parece tão calmo, tão pequeno. Sinto-me como um deus a observar as criaturas da cidade. Ao fundo destaca-se o vermelho da torre de Tóquio. Nas ruas os carros e a multidão sempre em movimento.

Janto fast-food e deambulo pelas ruas. Tenho cada vez mais a certeza que esta cidade e este país ainda tinham muito para me oferecer.  Já exausto, e depois de uma prolongada busca, encontro por fim um local para dormir a minha última noite no Japão.

Dormir em Tókio

Já escrevi um artigo sobre as experiências, um pouco alternativas, de dormir em Tóquio no hotel cápsula e num cyber-café.

Para ver mais opções de alojamento em Tóquio siga este link: hotel em Tóquio.

hotel capsula toquio
Hotel cápsula em Tóquio. Uma experiência a não perder