Vereda da Encumeada, PR 1.3, Madeira
Depois de uma noite bastante fria passada em acampamento selvagem junto à casa do guarda do pico Ruivo, acordamos rodeados de nevoeiro. Chegámos aqui ao final do dia anterior depois de uma caminhada desde o Pico do Arreiro e acampámos junto à casa do guarda, que nos saudou ao anoitecer e agora, de novo.
Depois de desmontar campo, tomar o pequeno almoço e certificar-nos de que tudo fica como encontrámos, partimos em direcção à Encumeada.

Sinalização indicando a vereda da Encumeada, na ilha da Madeira
As placas indicam pouco mais de onze quilómetros. O trilho segue pelo topo da cordilheira que separa a costa norte da sul da ilha. Ao contrário do que me parecia ao analizar préviamente o percurso no Google Earth, embora o final esteja a uma cota muito inferior do início, a verdade é que passamos todo o caminho a subir e descer num carrossel de rocha.
Isto torna-se algo desgastante para um grupo pouco preparado. Compensa a beleza da paisagem e da vegetação que nos envolve. Este parece-me ser, aliás, um dos melhores trilhos para nos envolvermos da floresta Laurissilva, essa que foi declarada pela UNESCO como património natural da Humanidade.
O verde está por todo o lado, os líquenes e os musgos cobrem uma vegetação quase intocada, testemunho de como era a ilha antes da chegada do homem.

Caminhantes na floresta Laurissilva na ilha da Madeira

Trilho da vereda da Encomeada, envolto em floresta

A magia da floresta Laurissilva na ilha da Madeira
Este trilho transmite-me pela primeira vez a verdadeira sensação de estar numa ilha: em certas zonas, para qualquer direcção que olhe consigo avistar o mar. Não vejo ligação ao Mundo. Estranha sensação para quem gosta de viajar.
Quase sempre envoltos de natureza, esta vai-nos presenteando com vistas para os povoados humanos que ficam umas centenas de metros mais abaixo: sejam o Curral das Freiras, a Sul, ou São Vicente, a Norte.
Por vezes ficamos na dúvida se estamos no trilho certo, já que a sinalização é rara e por vezes o caminho está quase fechado com vegetação. Já passa das duas da tarde quando avistamos por fim a Encumeada. Impõe-se uma paragem no restaurante para almoçar um bitoque acompanhado de uma deliciosa cerveja Coral.

Vista para São Vicente, na ilha da Madeira

Placa na Encomeada, indicando o trilho para o Pico Ruivo
Para nós, o dia ainda não estava terminado. A minha ideia, para a qual desafiei alguns amigos, cruzar cerca de metade da ilha da Madeira a pé. Terminava aqui a segunda parte desse percurso mas, a terceira parte, começaria na levada das 25 Fontes, dezassete quilómetros à frente.
Para lá chegar a solução encontrada foi apanhar boleia serra acima, cruzando as enormes rectas do planalto do Paúl da Serra e descendo depois até ao Rabaçal onde mais uma vez acamparíamos junto à casa dos guardas.

Rectas infindáveis no Paul da Serra, Ilha da Madeira
Algumas recomendações
- Não vá sozinho ou se for, informe alguém do seu plano e leve telemóvel. Em parte do percurso há rede, mas não tenha isto como garantido;
- Leve alguma comida e água de reserva;
- Em caso de chuva forte tenha cuidado: há possibilidade de derrocadas.
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3 Comentários
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espectacular.. acho k não fui aqui !
5 estrelas