De autocarro de Sófia a Istambul
Acordo com o pequeno filho dos meus anfitriões de couchsurfing a brincar em cima de mim que durmo no seu local de brincadeira. Fico a preguiçar até às 10:00 e depois mais um bocado à conversa com a Polina, já que la fora chove e não apetece sair de casa. Por fim pelo meio dia apanho o velho eléctrico amarelo em direcção à estação ferroviária.
Os vidros embaciados do eléctrico nº 6 fazem-me andar outra vez perdido mas acabo por conseguir sair no sitio certo. Na estação confirmam-me que as ligações de comboio para a Turquia estão interrompidas devido a um deslizamento de terras. Há já alguns meses que só se chega a Istambul de autocarro.
Vou à moderna gare rodoviária ali ao lado e compro bilhete na “Metro”, uma das maiores companhias turcas, para as 17:00. É talvez a gare com mais destinos de autocarro que já encontrei até hoje. Há-os para todo o lado, desde o Iraque até Portugal! No tempo que me resta vou à net, levantar e cambiar dinheiro, comprar comida. Necessidades básicas para um viajante.
Já tinha saudades dos autocarros turcos. Não desgostei do da Eurolines que me transportou da Itália para a Roménia, mas só aqui, dentro de propriedade turca sou recebido com bolos, chá, sumos, etc. Luxo. A autoestrada é boa e os controlos de velocidade abundam. Passamos por Plovdiv pelas 19:00.
Na TV (sim, estes autocarros têm TV e não filmes que já toda a gente viu) fala-se a toda a hora dos ataque de Israel aos barcos turcos que se dirigiam a Gaza. Vejo nas imagens que vão passando que houve também um ataque do PKK no Hatay. Parece que as coisas estão a aquecer no Médio Oriente.
É pelas 22:00, quando chegamos à fronteira com a Turquia que percebo que a senhora que me vendeu o bilhete não percebeu quando lhe perguntei a que horas chegaríamos a Istambul. Disse-me às 9:00, mas certamente que será muito antes.
Depois de uma paragem num enorme centro comercial Duty Free seguimos para os controlos dos passaportes. Turcos e Bulgaros não precisam de visto. Eu e um rapaz holandês somo os únicos que têm de ir a um guichet no outra ponta das várias linhas de passagem comprar o visto. Revejo-me neste rapaz quando ele repara que não tem ali os 15€ necessários para o visto. Em 2008 ia-me acontecendo mesmo à chegada à Jordânia. Empresto-lhe o que lhe falta.
A viagem até Istambul é rápida. Pelo caminho passamos ao lado de Edrine onde ao longe se avistam os mineretes das mesquitas. Estou de volta à Turquia. Estou feliz. Paramos a meio da noite sob um viaduto que dá acesso à enorme
Não reconheço o local, mas a hospedeira garante-me que é ali. Depois de subir as escadas confirmo que sim. Para quem não conhece, esta otogar é um mundo: tem hotéis, net cafés em todo o lado, restaurantes abertos 24h, lojas de conveniência, etc.
É a primeira vez do Caspar, o holandês, numa viagem como esta. Tem andado num interrail pela Europa. Sentam-nos num bar, comemos uma sopa, vemos tv e enquanto esperamos que amanheça falamos. Estou de volta às noites mal dormidas.
Um comentário
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Olá David estou lendo e vejo que vc estevena Bulgária e na Turquia. Eu já estive em Sofia e voltarei no inicio 2013. Como vou tbém a Veliko Tarnovo, queria que me informasse como ir de Veliko até Istanbul.
Pergunto tbém se é fáci se hospedar lá num lugar que não seja caro,mas que seja bem razoável e próximo das belas edificações. Vc poderiame dar estas dicas? Percebi quevc conhece bem a Turquia, eu ficarei apenas 4 dias e meu maior interesse no momento é conhecer Istambul e Efeso.
Obrigada, Ivy