1 Junho 2010

De autocarro de Sófia a Istambul

Acordo com o pequeno filho dos meus anfitriões de couchsurfing a brincar em cima de mim que durmo no seu local de brincadeira. Fico a preguiçar até às 10:00 e depois mais um bocado à conversa com a Polina, já que la fora chove e não apetece sair de casa. Por fim pelo meio dia apanho o velho eléctrico amarelo em direcção à estação ferroviária.

Vidros embaciados do eléctrico em Sofia, Bugária

Os vidros embaciados do eléctrico nº 6 fazem-me andar outra vez perdido mas acabo por conseguir sair no sitio certo. Na estação confirmam-me que as ligações de comboio para a Turquia estão interrompidas devido a um deslizamento de terras. Há já alguns meses que só se chega a Istambul de autocarro.

Vou à moderna gare rodoviária ali ao lado e compro bilhete na “Metro”, uma das maiores companhias turcas, para as 17:00. É talvez a gare com mais destinos de autocarro que já encontrei até hoje. Há-os para todo o lado, desde o Iraque até Portugal! No tempo que me resta vou à net, levantar e cambiar dinheiro, comprar comida. Necessidades básicas para um viajante.

Autocarro de Sofia para Istambul

Já tinha saudades dos autocarros turcos. Não desgostei do da Eurolines que me transportou da Itália para a Roménia, mas só aqui, dentro de propriedade turca sou recebido com bolos, chá, sumos, etc. Luxo. A autoestrada é boa e os controlos de velocidade abundam. Passamos por Plovdiv pelas 19:00.

Na TV (sim, estes autocarros têm TV e não filmes que já toda a gente viu) fala-se a toda a hora dos ataque de Israel aos barcos turcos que se dirigiam a Gaza. Vejo nas imagens que vão passando que houve também um ataque do PKK no Hatay. Parece que as coisas estão a aquecer no Médio Oriente.

É pelas 22:00, quando chegamos à fronteira com a Turquia que percebo que a senhora que me vendeu o bilhete não percebeu quando lhe perguntei a que horas chegaríamos a Istambul. Disse-me às 9:00, mas certamente que será muito antes.

Depois de uma paragem num enorme centro comercial Duty Free seguimos para os controlos dos passaportes. Turcos e Bulgaros não precisam de visto. Eu e um rapaz holandês somo os únicos que têm de ir a um guichet no outra ponta das várias linhas de passagem comprar o visto. Revejo-me neste rapaz quando ele repara que não tem ali os 15€ necessários para o visto. Em 2008 ia-me acontecendo  mesmo à chegada à Jordânia. Empresto-lhe o que lhe falta.

A viagem até Istambul é rápida. Pelo caminho passamos ao lado de Edrine onde ao longe se avistam os mineretes das mesquitas. Estou de volta à Turquia. Estou feliz. Paramos a meio da noite sob um viaduto que dá acesso à enorme

Otogar de Esenler em Istambul, Turquia

 

Não reconheço o local, mas a hospedeira garante-me que é ali. Depois de subir as escadas confirmo que sim. Para quem não conhece, esta otogar é um mundo: tem hotéis, net cafés em todo o lado, restaurantes abertos 24h, lojas de conveniência, etc.

É a primeira vez do Caspar, o holandês, numa viagem como esta. Tem andado num interrail pela Europa. Sentam-nos num bar, comemos uma sopa, vemos tv e enquanto esperamos que amanheça falamos. Estou de volta às noites mal dormidas.

Um comentário

  1. Ivy diz:

    Olá David estou lendo e vejo que vc estevena Bulgária e na Turquia. Eu já estive em Sofia e voltarei no inicio 2013. Como vou tbém a Veliko Tarnovo, queria que me informasse como ir de Veliko até Istanbul.
    Pergunto tbém se é fáci se hospedar lá num lugar que não seja caro,mas que seja bem razoável e próximo das belas edificações. Vc poderiame dar estas dicas? Percebi quevc conhece bem a Turquia, eu ficarei apenas 4 dias e meu maior interesse no momento é conhecer Istambul e Efeso.
    Obrigada, Ivy

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